quarta-feira, 5 de dezembro de 2007

FRANCISCO SÁ CARNEIRO


Francisco Sá Carneiro foi devidamente evocado pelo seu Partido. Procurei salientar o exemplo que deu, lutando por aquilo que parecia tão difícil de alcançar. Bem cedo, pouco após o 25 de Abril, insistiu na Democracia plena, rejeitando qualquer forma de democracia mitigada. Costumava dizer que não existiam semi-democracias:os regimes ou são democracias ou são ditaduras. Foi o primeiro a lutar pela possibilidade de o Povo decidir por referendo, defendeu a propriedade privada, por exemplo, na Banca, nos Seguros, na Comunicação Social Por defender na altura o que hoje parece óbvio e já existia em tantos Países do Mundo, ouviu os piores dos insultos. Em muitos casos, até de militantes e dirigentes do seu próprio partido. Mas Sá Carneiro nunca vacilou e sempre lutou, até morrer em combate.


Francisco Sá Carneiro teve milhares de paredes por todo o País escritas com insultos à sua honra. Teve a oposição feroz do então Presidente Ramalho Eanes e do, também então, órgão de soberania, Conselho da Revolução. Teve muitas traições no seu Partido e a distância de muitos poderosos. No geral, dos mesmos de sempre. Esses mesmos em que estão a pensar. Não falo em nomes agora, porque neste texto, o único nome que importa é o de Francisco Sá Carneiro. Hoje quase todos o elogiam, mas o que disseram dele enquanto viveu.


Mas sabe bem constatar que a sua memória perdura. E perdura, para a generalidade das pessoas, no que mais interessa: no seu pensamento, nas suas atitudes, no seu carácter, nos seus valores, nos seus projectos, nas suas decisões.

13 comentários:

Adjectivos disse...

Exactamente as qualidades que hoje em dia já não existem no PSD!

Anónimo disse...

Sr. Dr. Pedro Santana Lopes,
Tenho apenas 35 anos, não vivi a época de ouro a chamada revolução portuguesa, mas como amante convicto da história do nosso pai, não deixo de constatar que Francisco Sá carneiro foi uma pessoa que marcou muito a democracia que temos em Portugal.

Apenas lamento que essa mesma Democracia que o mesmo Sá carneiro tentou implantar em Portugal, não esteja a ser cumprida, hoje apenas se fala da Pessoa, do estadista, da sua mentalidade, respeitando a sua memoria, mas não se fala dos VALORES, da pessoa, da DEMOCRACIA como ela é, hoje ( digo eu ) que vivemos numa pseudo Democracia. Não é esta democracia que foi pensada há uns anos atrás.

Pelo que tenho lido sobre Sá Carneiro, dizem que ela era um Homem do povo, das pessoas, Humano , Humilde e que para ela acima de tudo o que importava era o bem estar de todos. Se é verdade lamento por apenas ser lembrado nestas datas e não todos os dias.

Espero viver mais uns anos, gostaria também de aparecer alguém na vida politica que tivesse o mesmo pensamento de Sá Carneiro, porque tenho a certeza que quem ficaria a ganhar era a DEMOCRACIA em Portugal e todos nós.

Mais uma vez me despeço, e acredito a na sua personalidade e estadista que é, um dia o mostrar ao País o que é ser DEMOCRATICO.

Bom trabalho Dr. Pedro Santana Lopes.

André S. Machado disse...

"Mas sabe bem constatar que a sua memória perdura. E perdura, para a generalidade das pessoas, no que mais interessa: no seu pensamento, nas suas atitudes, no seu carácter, nos seus valores, nos seus projectos, nas suas decisões." - Sem dúvida!

27 anos passados sobre o trágico acontecimento, as ideias e os valores de Sá Carneiro perduram e motivam muitos jovens portugueses. Estou nessa categoria... Na categoria dos jovens que acreditam, firmemente, que as ideias de Francisco Sá Carneiro são actuais. Na categoria dos jovens que acreditam que ainda há políticos, neste país, que colocam os interesses nacionais acima dos interesses pessoais e partidários, tal como Sá Carneiro defendia e praticava. Na categoria dos jovens, que, nunca tendo ouvido ou visto Sá Carneiro em pessoa, tantos anos após a sua morte, continuam a recordá-lo e evocá-lo como o grande Estadista que foi.

Tenho a forte convicção de que, um dia, a verdade vencerá. Dia 4 de Dezembro de 1980 não será esquecido. Nós, jovens, temos o dever de não esquecer!

Luís Guerreiro disse...

Vinte e sete anos após a sua partida, a sua presença seria tão útil como enquanto vivo.

Muitos, se não todos, os verdadeiros grandes homens apenas atingem o reconhecimento merecido póstumamente. É o defeito (ou quiçá a virtude), de se viver à frente do seu tempo.

Felizmente guardamos a memória de um dos últimos grandes líderes.

Anónimo disse...

O Dr. Francisco Sá Carneiro foi um grande homem e um grande líder do PSD e do país, cuja voz sempre se fez ouvir contra ventos e marés.

E tinha um rumo.

Não é possível fazer o tempo andar para trás.

Mas é possível, e é necessário, que:-
O PSD e o seu líder nos mostrem o seu rumo;
Líderem efectivamente a oposição com causas e objectivos;
Dêem ao povo a esperança de que é possível fazer diferente e melhor do que o PS;

Estamos todos à espera.....
Ana Isabel

Ambasciatore Romano disse...

Dr. Pedro Santana Lopes, foi com prazer que li pela primeira vez o seu blog.
Foi com alguma comoção que li este artigo sobre Francisco Sá Carneiro.

Estou a terminar a minha licenciatura na Universidade de Évora e o meu trabalho final de curso foi exactamente sobre o Dr. Francisco Sá Carneiro.

Para mim, enquanto social-democrata, foi um prazer poder descobrir o homem e o político que foi Francisco Sá Carneiro.

Um homem que dedicou a sua vida a uma causa: Portugal e somente a Portugal.

O país precisava dele, mas deixou-nos o exemplo. À que sequi-lo...

Cumprimentos de um estudante

Ricardo Araújo disse...

Boa noite Dr. Pedro Santana Lopes, é bom que não se esqueçam homens com H dos grandes, homens que fizeram muito pelo País, é que hoje em dia não temos políticos como o Dr. Francisco Sá Carneiro, homem admirado por muitos mas ao mesmo tempo odiado por tantos.

Mas mesmo assim era um homem de convicções, pessoa que sabia o que estava a fazer, pessoa decidida, tenho a certeza que se ele não falecesse, hoje estaríamos a viver num País muito melhor, pois os políticos que a ele sucederam foram e continuam a ser muito fracos e o resultado disso é o estado em que está o nosso País.

Se o Dr. Francisco Sá Carneiro voltasse à terra penso que teria um “colapso cardíaco”, perante tanta ignorância e incompetência da parte dos nossos políticos.

É bom lembrar Dr. Francisco Sá Carneiro, mas isso não basta, é preciso não deixar cair por terra toda a sua obra que ficou por fazer, mas para isso é necessário que uma geração nova de políticos apareça no horizonte, afim de podermos ter um País conforme o Dr. Francisco Sá Carneiro idealizava e penso que um País como o que V. Exa. ainda espera vir a conseguir, juntamente com uma nova geração.

Um abraço, cordialmente.
Ricardo Araújo

Nota Breve: Gostaria de lembrar-lhe caso não tenha notado, o seu blogue passou a estar escrito em Inglês, a mim não me faz diferença, mas se este é um blogue acessível a qualquer dos comuns mortais, penso que era de bom grado para todos aqueles que querem opinar neste espaço, que ele voltasse a nossa língua materna.

Anónimo disse...

Como entendo as suas palavras, amigo. Fazem-me lembrar alguém contemporâneo. É difícil ter razão antes do tempo, não é meu amigo?

Um abraço,

Sérgio Loureiro.

... disse...

Caro Dr. Santana Lopes

No âmbito da celebração dos méritos de um estadista de referência, permita-me evocar, aqui, por sensibilidade pessoal, algumas proposições do ideal político de Francisco Sá Carneiro. É salutar tornar vivas as palavras de sua autoria, tão actuais e inspiradoras:
“O País escolheu(…)um programa de mudança e de progresso(…)A política do Governo é por natureza humanista no projecto, portuguesa na raiz e europeia na vocação.(…)Ajudar o processo de revitalização da sociedade civil e fomentar o reencontro entre o Estado e os cidadãos é o seu método. O Governo está interessado no aprofundamento das solidariedades entre os Portugueses, na afirmação e realização da pessoa humana e no desenvolvimento da justiça social. Como está interessado num exercício mais amplo das capacidades da iniciativa privada, individual ou de grupo, na convicção de que o progresso material do País tem nela o seu motor principal.(…)O Governo atenderá às responsabilidades que cabem ao Estado na protecção dos mais desprotegidos e dos marginalizados da sociedade. A guerra contra a pobreza e a ignorância está na primeira linha das suas preocupações. E nesta luta o Estado deve dar o exemplo. A transparente honestidade da administração pública tem de se traduzir num firme combate a todas as formas de corrupção e numa prática quotidiana sóbria e digna.(…)Saberá adoptar um estilo pragmático na busca da resolução dos problemas concretos dos Portugueses(…)recusará seguir os caminhos fáceis mas fraudulentos da demagogia.(…)A mudança prometida(…)vai decorrer nos quadros estabelecidos pela lei e no respeito das instituições democráticas do País.(…)A racionalização do sector público merecerá uma particular atenção do Governo. Mas o alargamento e reanimação do sector privado é um dos seus critérios de acção,(…) Entretanto, aos cidadãos o Estado deve dar mais em troca do que lhes pede ou pedir menos do que aquilo que está em condições de reciprocamente lhes dar.(…)As grandes opções políticas do Governo: defesa do princípio da legalidade,(…)reforço das formas de participação dos cidadãos,(…) preservação da independência e da dignidade do País,(…)combate à crise económica e luta pela melhoria da qualidade de vida(…) O Governo espera poder, assim, contribuir para que os portugueses se sintam mais portugueses e mais confiados no futuro de Portugal. (…)Portugal é uno e o Governo exerce, nos termos constitucionais, a sua acção sobre todo o País e com obediência ao princípio da igualdade dos cidadãos perante a lei.(…)O Governo confia no patriotismo e no espírito democrático da enorme maioria dos trabalhadores e dos empresários portugueses.(…)A concepção de democracia participada da Aliança Democrática não é compatível com a instauração de um modelo de relações de trabalho em que se minimize a intervenção e decisão dos trabalhadores e entidades patronais.”

Para memória futura,
Cumprimentos,
Pesaran Correia

Francisco Castelo Branco disse...

Para mim Francisco Sá Carneiro ainda está bem vivo.
Foi graças a ele que temos a democracia de hoje.
É uma pessoa que ficará sempre na memória de todos

Anónimo disse...

Os homens têm verdadeiramente memória curta. E na política não faltam infelizmente 'palmadinhas nas costas' e traidores.

Não pretendo avaliar o seu mandato na câmara de Lisboa, mas veja lá, tanto barulho por causa do túnel do Marquês, e agora se perguntar por aí, todos o acham uma maravilha.

Mas quem esteve na inauguração? O patético Sá Fernandes, que vergonhosamente fez atrasar e encarecer a obra, mas foi para lá dar palpites e pavonear-se. Enfim...

Clube Europeu ESJAL disse...

Yes! That's the Man!

Maria Sá Carneiro disse...

A única homenagem que lhe deviam ter prestado, era a verdade do que se passou naquele dia.
Sendo que o partido era governo...

Justiça.

Maria Sá Carneiro