segunda-feira, 20 de agosto de 2007

Uma entrevista de Verão ao Jornal de Notícias, hoje publicada, não contém todas as perguntas e respostas (a versão ,na íntegra, está no site http://www.jnverão.blogs.sapo.pt/ ). Uma das perguntas não publicadas, questionava-me se eu considerava que alguns factos passados com o actual Primeiro-Ministro, a acontecerem comigo, seriam mediaticamente inflacionados. Retorqui que a pergunta já continha a resposta e que preferia não falar muito do assunto.Sugeri que a comparação, em vez de ser feita comigo, o fosse com os Primeiros-Ministros e outros Chefes de Executivo das Democracias que conhecemos. Quem acompanha a Imprensa internacional sabe que em Espanha, em Itália, em Inglaterra, em França, nos Estados Unidos da América, as pessoas têm uma ideia de onde estão, em férias, respectivamente, Zapatero, Prodi, Brown, Sarkozy, Bush. Sabem onde eles estão e sabem que não fazem três semanas consecutivas "sem novas nem mandados". No geral, interromperam as férias ou por motivo de força maior (como o incêndio nas Canárias ou as cheias em Inglaterra) ou por compromissos oficiais (como o encontro entre Bush e Sarkozy),ou até por iniciativa própria, para se deixar claro que se está sempre próximo da realidade(como outra vez com Zapatero, numa visita a Jerez). Só por cá é que ninguém quer saber. E se há um motivo forte para todos se importarem:estamos no semestre em que exercemos a Presidência da União Europeia. Qualquer pessoa entende que se trata de uma ocasião única para qualquer País, seja qual for a sua dimensão e sejam quais forem as suas circunstãncias. Nem um dia do semestre pode ser desperdiçado, estejam, ou não, fechados serviços em Bruxelas.
Sou o primeiro a defender que todos têm direito à reserva da intimidade, e mesmo os Governantes e as suas famílias devem ver respeitado esse direito. Mas uma coisa é andar a perseguir as pessoas, outra é um País saber, só, onde está quem tem a missão de o governar. E, se se está na Presidência de uma União a 27 Estados, nesse caso, passe a expressão, não pode haver férias para quem tem essa relevante missão. Os nossos analistas que ponham a mão na consciência e que pensem no que diriam, num caso destes, se fosse outro o Primeiro- Ministro.